quinta-feira, 25 de novembro de 2010

BENTO XVI: Luce del Mondo (Luz do Mundo): Comentários sobre a Liturgia (I).BENTO XVI: Luce del Mondo (Luz do Mundo): Comentários sobre a Liturgia.

Publicamos alguns trechos do livro-entrevista: BENTO XVI Luce del mondo: Il Papa, la Chiesa e i segni dei tempi. Una Conversazione com Peter Seewald. Libreria Editrice Vaticana: Cidade do Vaticano, 2010.

O livro foi lançado ontem em Roma, em Italiano e Alemão publicamos agora duas perguntas seguidas das respostas do Santo Padre, o Papa Bento XVI.

Qual é o renovamento verdadeiro, o renovamento justo? Uma vez o senhor falou com palavras dramáticas que o destino da fé da Igreja se decide "na relação com a liturgia". Uma pessoa desentendida poderia pensar: ao final de contas não é uma questão secundária as formas que se utilizam na Missa, quais as posições que fazem e quais as ações que cumprem?

A Igreja se torna visível aos homens de diversos maneiras: na Caritas, nos projetos missionários, mas o lugar no qual se faz realmente uma maior experiência de Igreja é na liturgia. E é justo que seja assim. Na verdade o sentido da Igreja é de permitir que nos voltemos para DEUS e deixar que DEUS entre no mundo. A liturgia é um ato pelo qual acreditamos que Ele vem até nós e nós o tocamos. É o ato pelo qual se cumpre o essencial: entramos em contato com DEUS, Ele vem a nós e somos iluminados por Ele.

Na liturgia somos edificados e fortalecidos de duas maneiras: de um lado, escutando a sua Palavra, nós O sentimos falar verdadeiramente, Ele nos indica a estrada a seguir; do outro lado pelo fato que Ele mesmo se doa a nós no PÃO Transubstanciado. Naturalmente as palavras podem ser diversas e as posições do corpo diferentes. Por exemplo, na Igreja Oriental existem alguns gestos diversos dos nossos. Na Índia, um gesto idêntico que temos em comum há em parte um significado diferente. O que realmente importa é que: no cerne esteja verdadeiramente a Palavra de DEUS e a realidade do Sacramento; que DEUS não vem a nós através da investigação do pensamento ou numa palavra fria e exagerada, e que a liturgia não se torna uma auto-representação. (p. 215-216)

Por isto que a liturgia é algo que foi dado? Preestabelecido?


Não somos nós a fazer qualquer coisa, nós não mostramos a nossa criatividade, nem tudo aquilo que sabemos fazer. Porque a liturgia não é um show, não é um teatro, não é um espetáculo, mas recebe sua vitalidade de um Outro. E isto deve também se tornar evidente. Por isto que a forma litúrgica preestabelecida é importante. Esta forma pode ser reformada naquilo que é específico, mas não é algo que a comunidade pode produzir. Não se trata de um produzir para si, mas se trata de um sair de si para dar-se a Ele e fazer-se tocar por Ele.

Neste sentido é importante não só a expressão mas também o caráter comunitário e unitário desta fórmula. Essa pode variar nos diversos ritos, mas deve sempre ter aquilo que a precede e que provém da plenitude da fé da Igreja, da plenitude da sua tradição, da plenitude da sua vida e não derivada simplesmente da moda do momento. (p. 216-217)

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