(Monjas Carmelitas Descalças do Carmelo de Nossa Senhora da Assunção e São José, Curitiba - PR)
Carmelo significa graça e fertilidade.
A Bíblia o pinta como uma torrente - a fonte de Elias – e uma vinha fertilíssima. O mesmo ao pé que em suas ladeiras e no cume, tudo cativa: os bosques, as planuras e as dunas nas encostas, com o mar que se abre em frente, roubando cor e serenidade ao céu intenso do oriente
Monte Carmelo se eleva entre os confins da Galiléia e Samaria, na Palestina. Limita pelo norte com Haifa, cidade marítima; pelo sul com as terras da Cesaréia; pelo leste com a planície do Esdrelon; e pelo oeste com o mar Mediterrâneo.
Compõe-se por uma espécie de cadeias de montanhas que medem uns 34 quilômetros de comprimento por 12 de largura. O pico mais alto é 600 metros sobre o nível do mar, lugar este que é chamado Sacrifício.
Na primavera florescem anêmonas, margaridas, estrelas de Belém, gotas de sangue, arbustos e plantas aromáticas, elementos que contribuem para a beleza da paisagem e que serviram a Salomão de inspiração para expressar a beleza da esposa do Cântico dos Cânticos: “Tua cabeça sobre ti é tão linda como o Carmelo e teus cabelos como a púrpura”. (Cant. 7,5).
ATÉ A ENTREGA DA REGRA (1153-1209)
Quanto à data do início da Ordem do Carmelo, não há muita certeza e é um ponto de discussão que se tornou clássico na história da Igreja, pois é difícil de precisar.
Apesar de tudo, pensamos que podemos ficar com algumas datas certas para a origem da Ordem Carmelita:
Entre 1153 e 1159, Bertoldo, por inspiração do profeta Elias, dirige-se para o Monte Carmelo. Aí, com o auxílio do seu primo, o Patriarca D. Aimerico de Antioquia, constrói uma pequena capela perto da gruta de Elias e cerca as ruínas que existiam por lá.
Provavelmente em 1209, Alberto, Patriarca de Jerusalém, dá-lhes uma forma de viver concreta, escrita (Regra), e reúne-os perto da fonte de Elias, sob a obediência dum certo B. (segundo se pensa seria Brocardo), que é assim, de fato, o primeiro superior da Ordem.
Interessante observar que esse era o período das cruzadas e as diversas guerras tornavam a vida religiosa para os Latinos muito difícil.
Origem do nome da Ordem:
"Cada Ordem toma o seu nome de um lugar ou de um Santo", escreve João Baconthorp, Carmelita Inglês do séc. XIV. No caso dos Carmelitas, recebem o nome devido ao Monte Carmelo, Monte da Palestina, junto do Mediterrâneo e da Baía de Haifa, pois foi aí que viveram os primeiros monges, junto da fonte de Elias.
A Fundação
A grande glória dos Carmelitas é a grande anonimidade. Não têm fachada, por assim dizer; apenas procuram imitar Elias no "Vivere Deo", no recolhimento e no silêncio.
Nunca nenhum dos eremitas da época da formação teve a pretensão de ser o fundador. Mais tarde, quando todas as Ordens se gabavam do seu Fundador, quiseram os Carmelitas pôr Elias como o seu.
Entrega da Regra por Alberto
Com a Regra dada por Alberto de Jerusalém (1209) , os Carmelitas receberam a sua existência canônica. Podemos considerar, por isso, esta Regra como a codificação da vida que os Carmelitas já levavam no Monte Carmelo. Podemos chegar a esta conclusão baseando-nos nas palavras da Introdução da Regra: "...visto que nos pedis uma Norma de Vida que corresponda à vossa aspiração..."
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